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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Acará Bandeira (pterophyllum-scalare)


Variedades do acará bandeira
Hoje podemos encontrar mais de trinta variedades de acará bandeira, indo do negro ao algino, muito diferentes da espécie selvagem, que é prateado com barras negras verticais em seu corpo. É um peixe considerado resitente e nao é muito exigente com a qualidade da água, sendo assim indicado para iniciantes do aquarismo. É um peixe que se reproduz com certa facilidade em aquários, bastando seguir alguns parâmetros essenciais como temperatura e pH da água do aquário.
Acará bandeira (Pterophyllum scalare)
O acará bandeira é um peixe relativamtente grande. Alguns chegam a atingir 30 cm de altura desde a ponta da nadadeira até o fim da nadadeira anal. A longevidade do acará bandeira pode ser comparada a do acará disco e exemplares bem tratados desde pequenos pode chegar facilmente aos 6 anos de idade. Isso faz com que o acará bandeira prefira aquarios grandes, favorecendo assim o seu crescimento. É preferivel não mante-lo em aquários com menos de 45 litros. O acará bandeira cresce rapidamente, podendo atingir a fase adulta com oito meses de idade. Dê preferencia a um aquario alto pois facilita o bom desenvolvimento das nadadeiras do acará bandeira. O acará bandeira também gosta de aquários bem plantados com folhas compridas e altas onde às vezes, deposita seus ovos. É um peixe pacífico, apesar de observarmos de vez em quando algumas brigas entre bandeiras, isso é um comportamento normal da sua família Ciclidae, e estas normalmente acontecem por disputa de machos por alguma fêmea. Ou simplesmente uma disputa territorial. Estas brigas não chegam a machucar nenhum dos indivíduos. É preciso prestar atenção nestas brigas, pois, isto pode significar o empenho de algum casal que se formou em seu aquário.
Cuidados básicos
O aquário
Temperatura
Originário da região norte do Brasil, ele prefere temperatura alta em torno de 28 graus celcius. Porém é um peixe bastante resistente a temperaturas mais baixas, podendo conviver normalmente num aquário comunitário com temperatura de 25 graus. No caso da sua reprodução, o certo é mantê-la alta afim de estimular a desova e garantir uma boa eclosão e desenvolvimento dos filhotes. Uma temperatura alta promove um ciclo de desova curto e uma temperatura de 27 graus faz uma fêmea bem alimentada desovar a cada 8-15 dias.
Água
O bandeira é muito tolerante com a qualidade da água. Não é exigente com relação a dureza da água, sua reprodução inclusive, é obtida com sucesso em vários níveis de dureza. Ele é por natureza originário de água mole com dureza baixa, por isso aconselhamos freqüente trocas parciais de água afim de se manter o nível de dureza baixo. Eles adoram esta trocas de água que estimulam o acasalamento e desova.
pH
No caso do pH é aconselhável que seja ligeiramente ácido na faixa de 6.5 por suas preferências nativas, sendo possível mantê-lo também em água de pH neutro e ligeiramente alcalino. Uma “boa água” deve ter principalmente uma boa biologia, ser cristalina e livre de amônia, pois o bandeira como a maioria dos peixes é sensível a este elemento tóxico. Por isso é necessário um bom sistema de filtragem e manutenção da boa higiene do aquário.
Dimorfismo sexual
acará-bandeira possui certas diferenças entre machos e fêmeas, contrariando certas publicações antigas que o apontavam sem dimorfismo sexual. Contudo é necessário uma certa experiência e a distinção dos sexos só pode ser precisa em exemplares juvenis e adultos. Há algumas regras básicas para assegurar uma boa distinção e definição entre machos e fêmeas: * analisar somente indivíduos de até 1 ½ para 2 anos de idade, pois alguns machos velhos superalimentados podem parecer ter óvulos e fêmeas velhas que já não produzem mais óvulos podem parecer machos provocando certa dúvida. * fazer a análise sem ter alimentado-os por pelos menos quatro horas. * peixes que estejam em boa saúde e bem alimentados, pois assim a fêmea se mostrará cheia de óvulos. Normalmente os machos adultos se mostram bem maiores que as fêmeas da mesma idade, possuem às vezes a formação de um pequeno galo na testa, e são mais coloridos em algumas variedades. As fêmeas são normalmente mais gordas por causa dos óvulos, possuem o ovopositor( tubulo por onde sai os óvulos) mais proeminete, mais grosso e comprido. O macho possui orificio mais fino e bicudo. Mesmo com essas dicas, não estamos livres de algum erro de identificação, já que o acará-bandeira não possui grandes diferenças sexuais como por exemplo, o lebiste na qual os machos possuem gonopódio e as fêmeas não. Para se ter a certeza basta conferir o acasalamento de dois exemplares: observar quem está colocando os óvulos e quem está aparentemente fertilizando. Neste ponto já é identificado uma fêmea e a confirmação do outro exemplar de ser um macho está no nascimento dos alevinos que ocorre em seguida.
Alimentação
Acará-bandeira, por ser omnívoro aceita qualquer tipo de alimento, seja ele seco ou vivo. Ele pode ser condicionado a um determinado tipo de alimento , porém o mais indicado é que haja uma boa variabilidade em sua dieta. Ele aceita de tudo: alimento industrializado em flocos, alimentos congelados como artemia, bloodworms, e patê de coração de boi com espinafre, cenoura e vitaminas, tubifex desidratado, alimentos vivos como artemias, tubifex, daphineas, larva de mosquito, bloodworms, e outros. Uma boa dieta com uma alimentação em flocos pela manhã e outra a base de alimento vivo ao entardecer é o suficiente para uma boa manutenção de seus bandeiras adultos. Para os bandeiras jovens de três a quatro meses é aconselhável mais que duas porções de alimento por dia. Eles estão numa fase de crescimento e necessitam de grandes quantidade de proteínas, fibras e vitaminas para atingir um bom tamanho de corpo, nadadeiras firmes e boa coloração. A alimentação dos filhotes recém-nascido será abordado mais adiante no item reprodução. A porção de alimento deve ser dada para que seus peixes a comam em no mínimo 10 minutos. O excesso de alimento deve ser sifonado após duas horas, para que não apodreça e polua a água do seu aquário. É melhor sempre alimentar seus peixes com pequenas porções várias vezes por dia, do que grandes porções uma ou duas vezes por dia. Hoje em dia 2003, temos a disposição uma variedade de alimentação industrializada que supera qualquer alimento vivo disponível. Elas podem variar deacordo com o tipo sendo a base de crustáceos, vegetais, com alto ou baixo teor de proteína, com omega 3, e assim por diante. Hoje posso com certeza recomendar que os nossos peixes sejam alimentado somente com ração, como fazemos com os nossos cães e gatos orientados pelos nossos veterinários.
Reprodução
O acará bandeira é um dos peixes ovíparos de água doce de mais fácil reprodução em aquário. Necessitam de algumas condições básicas para o sucesso.
Reprodução – as matrizes – um bom aquário, matrizes bem alimentadas, boa temperatura e qualidade de água. Para iniciar a reprodução é preciso conseguir um bom casal. Algumas lojas de aquário vendem casais formados, e este pode ser um bom começo. Outra forma boa também é o de selecionar uma dúzia de pequenos bandeirinhas, que num período de 6 meses, e bons cuidados possuem grande possibilidade de formar um belíssimo casal. Os bandeiras podem ser adquiridos numa boa loja de sua confiança. Os bandeirinhas a serem escolhidos devem estar bem abertos, e nunca com as nadadeiras fechadas que indicam a presença de oodinium, praga muito comum, perigosa e contagiosa. Devem sempre apresentar bom apetite e boa coloração.
Reprodução – o aquário – Para favorecer a formação do casal o aquário deve ser o maior possível. Para doze bandeiras um aquário de 200 litros é o suficiente. Ele deve possuir uma boa filtragem externa da água, iluminação, temperatura 28-29 ºC e pH 6.8 da água, deve possuir pedras, troncos ou plantas de folha larga onde os bandeiras gostam de desovar. Eles normalmente preferem objetos verticais como tubos e até a parede do vidro do aquário. Após vários anos de experiência com acará-bandeiras, conclui que se um casal está com vontade de acasalar e desovar, este pode ocorrer em qualquer lugar, seja ele na folha larga de uma planta, numa pedra, na parte de um tronco, no tubo do filtro biológico, no vidro do aquário, e até na mangueira de ar.
Reprodução – o acasalamento – Crescidos, os bandeiras, com 7-8 meses de idade, dependendo da sua alimentação estão aptos a acasalar. Neste momento é possível vermos algumas brigas por território, ou companheiro. Quando um casal se formar, este se empenharão em defender um pequeno canto do aquário para a desova. Neste momento é hora de se tomar uma decisão. Tirar o resto dos peixes, deixando o casal neste aquário, ou transferir o jovem casal para um aquário especialmente montado para eles. Uma vez sozinhos, eles escolherão o local da desova, que normalmente é um objeto vertical, e ficarão se preparando o para o ritual da desova. É possível vê-los limpando um local por uma manhã inteira. Usando a boca eles procuram retirar qualquer sujeira, algas ou microorganismos para fazer a postura. É possível avistar também o ovopositor da fêmea já bem protuberante, em sinal da vontade de desovar. Num dado momento a fêmea começa deslizar a “barriga”, encostando o ovopositor no local escolhido e deixando pequenas fileiras de óvulos. O macho logo desliza com o mesmo movimento fertilizando-os em seguida. Alguns destes movimentos inicias são falsos e a fêmea desliza sem deixar nenhum ovo, mas após algumas repetições as fileiras de ovos começam a aparecer até atingir um total de 200 a 300 ovos, que são fertilizados pelo macho. Casais maiores e mais velhos podem gerar posturas que variam de 800 a 1000 ovos de uma só vez. Este ritual pode levar até 2 horas. Terminando, eles começam a abanar os ovos com as nadadeiras peitorais, oxigenando-os e retirando alguns ovos que fungam. Tornando-se brancos aqueles que não tenham sido fecundado. Eles ficam protegendo e limpando os ovos até se dar a eclosão, tempo que pode demorar até 48 horas dependendo da temperatura da água. Alguns casais novos e inexperientes podem devorar seus ovos no final do dia, ou ao se apagar a luz para o dia seguinte, por temerem algum perigo. Isto pode ocorrer até a terceira desova, o que é normal.
Reprodução – o nascimento – No final de 48 horas é possível ver os pequenos ovos embrionados, e apartir desta hora eles começam e eclodir. Uma pequena cauda rompe a membrana e logo forma-se um emaranhado de “rabinhos” grudados e tremendo como que se quisessem nadar. O zelo dos pais pelos alevinos continua até mais ou menos o 7º dia, quando eles começam a ensaiar as pequenas “aventuras” pelo aquário. Os pais tratam logo de manter a prole unida num “bolo” de alevinos em algum canto do aquário, protegendo às vezes com certa agressividade. Os pais catam com a boca os pequenos alevinos que se separam do grupo e procuram mantê-los unidos. A pequena nuvem de alevinos rodeados pelo casal formam no aquário uma cena fantástica, premiando o aquarista com uma satisfação enorme, resultado de tanto cuidado, paciência e dedicação. A maioria dos criadores profissionais separam os ovos logo que os machos terminam de fertilizar e fazem a eclosão artificialmente. No caso do aquarista recomendo deixar que os pais cuidem dos filhotes. Isto porque acho o passeio dos filhotes com os pais um dos espetaculos mais lindos do aquarismo e porque caso você não seja um criador profissional e não tenha espaço para tantos peixes, caso os ovos sejam retirados o casal poderá logo se preparar para outra postura.
Reprodução – alimento dos alevinos -Nesta hora é preciso começar a alimentar os pequeninos alevinos. Eles podem ser alimentados com microvermes, ração líquida para ovíparos, gema de ovo em pó, mas o mais indicado que tem melhores resultado é os náuplios recém-nascidos de artêmia salina. Os cisto(ovos) de artêmia são encontrados nas principais lojas de aquário, são então colocados em água salgada com aeração para sua eclosão e após esta, coados numa peneira e colocados para o alevinos. A primeira vista, pode parecer uma fonte alimentar um pouco complicada para o aquarista, porém com uma pequena orientação do lojista, ela se torna simples e mais adequada à prole de ovíparos. Os náuplios de artemia salina são usados pela maioria dos grandes criadores do mundo inteiro, pois promovem um crescimento espetacular aos filhotes, fazendo-os dobrar de tamanho a cada semana. Nas primeiras semanas é preciso alimentá-los no mínimo três vezes ao dia, sem no entanto deixar sobrar comida no aquário. Isto pode ser perigoso, pois o excesso de alimento pode apodrecer a água e elevar a taxa de amônia, causando a morte dos pequenos filhotes. O alimento deve ser dado aos poucos e com uma lupa pode se observar a pequena barriga redonda com uma cor alaranjada, dada pela ingestão das artêmia. O excesso de alimento deve ser sifonado ao fim de 30 minutos com uma pequena mangueira de ar.
Reprodução – a separação – Os pequenos filhotes crescem rapidamente e se forem bem alimentados, ao final de 30 dias já se parecem com os pais com mais ou menos 1,5 cm de diâmetro de corpo. Formam um belo cardume de “estrelinhas”, e podem ser transferidos com segurança para um outro aquário, deixando os pais novamente livres para uma nova desova. A mudança dos filhotes para um outro aquário deve ser feita com um certo cuidado: transfira pelo menos 50% da água do aquário do casal na qual eles estavam, para o novo aquário, para diminuir o choque da mudança e para auxiliar na formação da biologia deste aquário. Os outros 50% devem ser completados com uma água sem cloro, um pH neutro e de preferência com a mesma temperatura. Apartir daí, devem ser feitas trocas parciais semanalmente afim de manter o bom crescimento dos filhotes e manter a boa higiene do aquário. No fim do primeiro mês, com os filhotes já maiores, podemos iniciar a introduzir outros tipos de alimentação a base de flocos industrializados de alta qualidade. Estes alimentos secos devem possuir no mínimo 40% de proteínas em sua composição para a promoção de um bom crescimento, nesta fase muito importante dos pequenos bandeiras que vai até os 4 meses de idade. Outro fator importante é o número de filhotes por aquário. A super população causa um abaixamento rápido do pH causado pelas excreção dos peixes, portanto uma maior freqüência na troca de água deve ajudar a manter uma água limpa e saudável. Devemos manter a proporção de no mínimo 1 litro de água para cada peixe pequeno. Portanto se a ninhada for grande é preciso que ela seja dividida em vários outros aquários para não superlotarmos o mesmo, causando um atraso no crescimento dos filhotes e o aparecimento de alguma doença provocado pela baixa qualidade da água. A reprodução dos bandeiras é incrível mas só deve ser tentada por aquaristas que possuam mais espaço e disponibilidade de aquários grandes, pois do contrário, poderá ocorrer uma super população e como conseqüência uma grande quantidade de bandeirinhas com nadadeiras atrofiadas e corpo encruado.
http://www.aquarioepeixes.com.br/peixesornamentais/aquario-de-agua-doce/acara-bandeira-pterophyllum-scalare/
Fontes:

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